sexta-feira, 16 de junho de 2017

Velhice não é doença

Tenho 65 anos. Peso exatamente 60 k, 1,65m, portanto não sou gorda. Nem magra como fui na juventude. Meu manequim é 40. Me chamam por senhora mas poucos acreditam que tenho filhos de 40 anos. Sou uma velha senhora, na dúvida. Sou velha, mas não sou doente. É o que diz minha disposição física, meu temperamento cheio de altos e baixos, minha consciência, meus propósitos, os mesmo que eu tinha com 20 anos. Ainda toco os dedos dos pés com as mãos, em pé ou sentada, ainda me sento com as pernas cruzadas, ainda ando de pés descalços, ainda arregaço as calças até os joelhos, levanto-me do chão sem usar as mãos e , pasmem os mais jovens, ando com desenvoltura e sem bengalas! Não tenho nenhuma das doenças chamadas da velhice, minhas juntas estão bem untadas, sou flexível como sempre fui. Sei fazer tricô, crochê, sei cozinhar, mas odeio. E nem tempo eu tenho, porque trabalho 12 horas por dia, sou publicitária. Tenho uma vida normal, como a sua, minha jovem de 40 anos. Onde estão os sinais da velhice? Na minha pele, suponho, que não é a mesma dos meus vinte anos. Tinha espinhas demais. Hoje tenho pequenos sinais. Rugas? Não, ainda não. Como cheguei até aqui assim? Vivendo. Um dia de cada vez.

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